terça-feira, 26 de outubro de 2010

Inventam-nas todas XI

A mania que o irresponsável tem de sair do ginásio com a toalha do banho à cintura, e sem nada por baixo, tinha de ir longe demais.

O irresponsável tinha-se esquecido de que nessa noite tinha mesmo de ir ao multibanco.
Tudo bem, isso implicou atravessar a bela vila de S. Marcos vestido com uma camisola e uma toalha que tem um urso a jogar à bola. Mas qual é o mal, quase não havia pessoas na rua.

Claro que quem conhece essa bela terra sabe que aquilo é um vendaval permanente. O vento ali não sopra - leva tudo à frente. Calma, a toalha não caiu. Mas o irresponsável teve de ir a segurá-la com uma mão. Como o multibanco é daqueles com porta, e só sobrava uma mão livre, o irresponsável teve de tirar a carteira, abri-la, procurar o cartão, retirar o cartão e inseri-lo na ranhura da porta, tudo com a canhota.
Só conseguiu chegar à parte de tirar a carteira e abri-la. Ela voltou-se toda ao contrário e os documentos do irresponsável começaram a voar através de S. Marcos. Era uma nota de 20 para um lado, o cartão de estudante para o outro, e o cartão de contribuinte nem se sabe bem para onde. E tudo a desaparecer de vista em segundos.

Então lá vai o irresponsável, com uma toalha que mal lhe chegava aos joelhos, a percorrer o resto de S. Marcos à cata de todos os seus papéis. Mas qual é o mal, podia acontecer a qualquer um.

Além do mais o irresponsável manteve uma calma hercúlea. Sem precipitações, foi na maior serenidade que andou às voltas atrás daquela ventania dos demónios. Olha, o cartão de eleitor. E mais uma nota de 20, com esta faz 65 euros. Este papel também é? Não, isto é um folheto cheio de lama. E este? Ah, este é o cartão da segurança social.
Demorou alguns minutos e grandes distâncias até encontrar tudo. Depois, lá ao fundo, mas mesmo lá ao fundo, viu uma mancha cor-de-rosa. Foi lá investigar, não fosse aquilo a carta de condução. Era a carta de condução.

Bom, o importante é que o irresponsável e o seu ‘kilt’ podiam finalmente ir levantar dinheiro e pagar facturas. Meia-volta e siga. Pronto, a coisa ainda deu alguma raia, porque no sentido oposto, obviamente estava-se contra o vento, e aí uma mão só não chega para impedir a toalha de se levantar mais do que a conta. O irresponsável demorou um pouco a perceber isso, o suficiente para que o gajo que estava a observar à porta do café fizesse uma cara muito, mas mesmo muito estranha. O irresponsável acha que ele observou mais do que aquilo que queria.
Mas qual é o mal, até parece que ele nunca tinha visto nada parecido.

Finalmente, o irresponsável chega à porta do multibanco. Com as pernas bem juntas, a fazer vinco para segurar a toalha, consegue ter as duas mãos livres e entra sem incidentes.

Aqui acabam as peripécias, pelo menos no que ao irresponsável diz respeito. O segurança, se existir um a ver o ecrã de vigilância, é que é capaz de ter estranhado qualquer coisa no irresponsável que tinha acabado de entrar. Mas qual é o mal, até parece que a malta na praia não vai ao multibanco em trajes iguais.

Só falta mencionar uma coisa. De todas, todas, TODAS as vezes que o irresponsável foi àquele multibanco, nunca lá viu ninguém.
Estava-se mesmo a ver, desta vez tinham de aparecer lá 4 marmanjos!

E todos os quatro uns mal-educados. Por qualquer razão, nenhum quis passar à frente quando o irresponsável se chegou para o lado enquanto procurava as facturas. E nenhum respondeu quando ele se despediu com um “boa noite”.
Há por aí com cada um, que isto francamente!!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Choram as Pedras IX

Hoje é com fotos e tudo.

Isto por duas razões:
Primeiro, porque a bela cidade de Lisboa é profícua em coisas que só se explicam com fotos.
Segundo, porque assim deu para usar a palavra 'profícua' num blogue.

Eis, meus caros, as casas mais finas de Lisboa.
(Ou, como alguns gostam de chamar, "que raio estavam eles a pensar??")



- Coloca-se na 3º posição o monumental imóvel de Campo de Ourique.




- Eleva-se ao 2º posto o sumptuoso edifício em Madredeus.




- Mantém-se no 1º lugar o grandioso prédio na Lapa.



(Cliquem nas fotos para ver melhor. Ou então vão lá e vejam com os próprios olhos)