quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Amanda-le VIII

O realizador foi informado desta história por várias pessoas, por isso tem mesmo de a colocar aqui.


Isto chama-se "Teoria da Conspiração" e é muito simples de contar:
1. Este é o vídeo da nova peça do Grupo de Teatro Nova Morada, feito pelo realizador.
(a qualidade de imagem e de som não ficaram nada do que o realizador tinha pedido, mas foram problemas técnicos alheios à sua responsabilidade. De qualquer modo, o conceito e execução foram exactamente aquilo que imaginou, e está orgulhoso deles)
http://www.youtube.com/watch?v=G53SoRKCjIQ

2. Este é o vídeo do novo anúncio do Lidl.
http://www.facebook.com/video/?id=125335274157879#!/video/video.php?v=147996518582129


Agora, vendo isto, e sabendo que o vídeo do realizador apareceu antes do vídeo do Lidl, há aqui várias hipóteses:
A. Isto não tem nada a ver com nada, foi apenas uma coincidência engraçada.
B. Carimbos nas pessoas? Deluxe? São coincidências a mais. Obviamente que um publicitário estava à procura de ideias para o anúncio, e por acaso viu o vídeo da peça e tirou daí um conceito. Está sempre a acontecer e não tem nada de mal, toda a gente se baseia em coisas que vê.
C. Um ladrão como só os cabrões dos criativos sabem ser roubou a ideia e vendeu-a ao Lidl a preço de ouro como se fosse dele.
D. Qualquer coisa intermédia entre A, B e C.


Sendo assim, a pergunta que o realizador coloca é:
I) Deve processar o Lidl, como toda a gente lhe diz para fazer?
II) Deve arranjar um advogado antes que o Lidl o processe, porque o filme deles está registado e o do realizador não?
III) Deve achar piada à situação e esquecer o assunto?


Respondam a estas várias perguntas. Escolham a alínea do vídeo que gostam mais, o que acham mais adequado para descrever aquilo que se passou, e o que o realizador deve fazer a seguir.
E já agora sugiram títulos para o filme que vai ser feito com base nesta história. Para já o mais votado é "Conspiração em Teoria".

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

É a mil X

Agora que o Verão acabou, os clientes voltaram a atacar em força com as suas pequenas manias. É mais ou menos assim:

Dia 1
Epá, isso está espectacular. Mas faça-me em amarelo.
(É muito melhor do que qualquer coisa que já tivemos, mas não te quero dizer isso)

Dia 2
Amarelo?!? Não, não era nada disto. Faça-me em verde.
(Vou fazer de conta que não foi exactamente o que pedi, eu sou cliente, eu posso)

Dia 3
Humm, não gosto muito em verde. E se fosse em vermelho acastanhado com tons de roxo?
(Basicamente eu não sei o que quero, vão tentando até acertarem em algo que eu tolere)

Dia 4
Olhem, sabem como é que era mesmo fixe? Era em amarelado.
(Eheh, disse amarelado que é para eles não poderem dizer que eu já tinha pedido nesta cor, sou mesmo esperto)

Dia 5
Têm de mudar tudo, não está de acordo com a nossa marca.
(Claro que não está, depois de eu meter o bedelho estragou-se tudo, mas vou culpá-los a eles na mesma)

Dia 6
Já andamos nisto há uma semana e não vejo resultados.
(E vou tentar esticar mais uma semanita, já que vou pagar, quero que dêem no duro)

Dia 7
Tem de ser mais institucional.
(Não sei como é que ainda não me tinha lembrado de dizer esta)

Dia 8
Tem de ser menos institucional.
(Seja lá o que isso for, eu gosto de vos ver a trabalhar para aquecer)

Dia 9
Tem de ser entre o mais institucional e o menos institucional.
(Irra que são chatos, vão fazendo propostas no escuro até eu ver uma que goste, não custa muito)

Dia 10
Então mas fizeram-me isto tudo redondo??!? Obviamente tem de ser tudo quadrado!!
(A menos que seja redondo, depois eu pergunto ao meu chefe, mas para já faço-os mudar)
Dia 10 ... (b)
Claro que podiam ter adivinhado que tinha de ser quadrado. Francamente, ao tempo que me conhecem já deviam ler-me os pensamentos.
(Dizem-se criativos, mas depois não têm imaginação nenhuma)
Dia 10 ... (c)
E que história é essa de que eu já podia ter avisado que era quadrado quando vi as outras versões, e que passei logo de início uma encomenda deficiente e sem informação nenhuma?? Já sabem que eu sou desorganizado, têm de ter o triplo da atenção!
(Esta é esfarrapada até para mim, tenho de a anotar para a utilizar noutras ocasiões)

Dia 11
Epá, isso está espectacular. Mas faça-me em amarelo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Inventam-nas todas XI

A mania que o irresponsável tem de sair do ginásio com a toalha do banho à cintura, e sem nada por baixo, tinha de ir longe demais.

O irresponsável tinha-se esquecido de que nessa noite tinha mesmo de ir ao multibanco.
Tudo bem, isso implicou atravessar a bela vila de S. Marcos vestido com uma camisola e uma toalha que tem um urso a jogar à bola. Mas qual é o mal, quase não havia pessoas na rua.

Claro que quem conhece essa bela terra sabe que aquilo é um vendaval permanente. O vento ali não sopra - leva tudo à frente. Calma, a toalha não caiu. Mas o irresponsável teve de ir a segurá-la com uma mão. Como o multibanco é daqueles com porta, e só sobrava uma mão livre, o irresponsável teve de tirar a carteira, abri-la, procurar o cartão, retirar o cartão e inseri-lo na ranhura da porta, tudo com a canhota.
Só conseguiu chegar à parte de tirar a carteira e abri-la. Ela voltou-se toda ao contrário e os documentos do irresponsável começaram a voar através de S. Marcos. Era uma nota de 20 para um lado, o cartão de estudante para o outro, e o cartão de contribuinte nem se sabe bem para onde. E tudo a desaparecer de vista em segundos.

Então lá vai o irresponsável, com uma toalha que mal lhe chegava aos joelhos, a percorrer o resto de S. Marcos à cata de todos os seus papéis. Mas qual é o mal, podia acontecer a qualquer um.

Além do mais o irresponsável manteve uma calma hercúlea. Sem precipitações, foi na maior serenidade que andou às voltas atrás daquela ventania dos demónios. Olha, o cartão de eleitor. E mais uma nota de 20, com esta faz 65 euros. Este papel também é? Não, isto é um folheto cheio de lama. E este? Ah, este é o cartão da segurança social.
Demorou alguns minutos e grandes distâncias até encontrar tudo. Depois, lá ao fundo, mas mesmo lá ao fundo, viu uma mancha cor-de-rosa. Foi lá investigar, não fosse aquilo a carta de condução. Era a carta de condução.

Bom, o importante é que o irresponsável e o seu ‘kilt’ podiam finalmente ir levantar dinheiro e pagar facturas. Meia-volta e siga. Pronto, a coisa ainda deu alguma raia, porque no sentido oposto, obviamente estava-se contra o vento, e aí uma mão só não chega para impedir a toalha de se levantar mais do que a conta. O irresponsável demorou um pouco a perceber isso, o suficiente para que o gajo que estava a observar à porta do café fizesse uma cara muito, mas mesmo muito estranha. O irresponsável acha que ele observou mais do que aquilo que queria.
Mas qual é o mal, até parece que ele nunca tinha visto nada parecido.

Finalmente, o irresponsável chega à porta do multibanco. Com as pernas bem juntas, a fazer vinco para segurar a toalha, consegue ter as duas mãos livres e entra sem incidentes.

Aqui acabam as peripécias, pelo menos no que ao irresponsável diz respeito. O segurança, se existir um a ver o ecrã de vigilância, é que é capaz de ter estranhado qualquer coisa no irresponsável que tinha acabado de entrar. Mas qual é o mal, até parece que a malta na praia não vai ao multibanco em trajes iguais.

Só falta mencionar uma coisa. De todas, todas, TODAS as vezes que o irresponsável foi àquele multibanco, nunca lá viu ninguém.
Estava-se mesmo a ver, desta vez tinham de aparecer lá 4 marmanjos!

E todos os quatro uns mal-educados. Por qualquer razão, nenhum quis passar à frente quando o irresponsável se chegou para o lado enquanto procurava as facturas. E nenhum respondeu quando ele se despediu com um “boa noite”.
Há por aí com cada um, que isto francamente!!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Choram as Pedras IX

Hoje é com fotos e tudo.

Isto por duas razões:
Primeiro, porque a bela cidade de Lisboa é profícua em coisas que só se explicam com fotos.
Segundo, porque assim deu para usar a palavra 'profícua' num blogue.

Eis, meus caros, as casas mais finas de Lisboa.
(Ou, como alguns gostam de chamar, "que raio estavam eles a pensar??")



- Coloca-se na 3º posição o monumental imóvel de Campo de Ourique.




- Eleva-se ao 2º posto o sumptuoso edifício em Madredeus.




- Mantém-se no 1º lugar o grandioso prédio na Lapa.



(Cliquem nas fotos para ver melhor. Ou então vão lá e vejam com os próprios olhos)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Inventam-nas todas X

O ginásio do Porto Salvo, definitivamente, não existe.

Depois daquela tragédia da outra vez (está descrita algures aí pelo blogue), ontem foi a aventura.
Então vai o desportista descansadinho a andar pelo corredor, pronto para ir treinar, e pimba, esbarra contra uns gajos que estavam a meio do caminho dos balneários.
Fica o tipo da frente a olhar para o desportista, e o desportista a conhecer aquela cara de qualquer lado.
Depois lembrou-se, era o guarda-redes de futsal do Sporting.
Foi então que prestou atenção aos outros mânfios. Eram os jogadores da equipa de futsal do Sporting.

Pelos vistos era o jogo de apresentação do Leões de Porto Salvo, os lagartos foram os convidados, e ninguém se lembrou de avisar o desportista. Enfim, já agora aproveita-se e vê-se as equipas a aquecer. Claro que passado um bocado o desportista fartou-se, o Sporting a jogar aborrece qualquer um, e foi equipar-se.
Acontece que naquele clube/ginásio, para quem não sabe, (azar, já foi explicado algures pelo blogue) há vários balneários, mas só um túnel comum.

Claro que, com a sorte que o desportista tem, teve de demorar exactamente o mesmo tempo a equipar-se que os do Sporting demoraram a terminar o aquecimento e vir trocar de roupa para o balneário deles.
Resultado, quando o desportista saiu estavam as equipas no túnel prontas para entrar em campo, com os árbitros à frente. O desportista passou educadamente pelo meio deles, enquanto os jogadores deitavam uns olhares de "mas o que é que este está aqui a fazer?".
O belo público que estava à espera de aplaudir as equipas, viu primeiro sair do túnel um gajo de saquinho de desporto na mão e toalha ao ombro, que seguiu o seu rumo, indiferente aos comentários pouco abonatórios que certamente houve.

O desportista fez o seu treino, correu quilómetros, fartou-se de puxar ferro, alongou os músculos todos, e ainda teve tempo de sair para ver o fim do jogo. O Porto Salvo perdeu, deve ter sido gatunagem dos árbitros.
Claro que, sabe-se lá o que eles andaram a fazer, mas quando o desportista saiu do balneário com o banhinho tomado, tinham de vir as equipas a sair de campo.
O desportista teve de percorrer outra vez o túnel a desviar-se de uma data de jogadores vestidos de verde e branco, desta vez todos suados, a vir na direcção contrária e a olhar para ele. Se bem que desta vez os olhares já não eram "mas o que é que este está aqui a fazer?", por esta altura já estavam mais do que habituados à sua presença.

Enfim, ontem foi uma ensaboadela de Sporting em dose concentrada. Fará mal à saúde?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vai já daqui X

Ou
"Porque é que o explorador que se preze não gosta de GPS"



O explorador vai abster-se de mencionar que o blogue voltou, que os títulos repetitivos e a imbecil numeração romana estão de volta, que os conteúdos sem nexo regressaram. Vai manter a sua lendária pose petulante e simplesmente contar a história.



E foi assim:
Está o explorador em Sabrosa, distrito de Vila Real, numa oficina de escrita - o que só por si já é uma coisa meio estranha, ninguém vai a Sabrosa fazer uma oficina de escrita.

E é complicado chegar a esse simpático fim-de-mundo? Não.
Primeiro, porque é onde nasceu Fernão de Magalhães. O homem era capaz de dar a volta ao mundo, era o cúmulo do desrespeito se o explorador não conseguisse chegar à terra.
E segundo, porque o explorador, para não se perder, usou materiais que já deram provas de funcionar, como por exemplo coisas do tipo MAPAS.

Foi então que apareceu o mal-afamado GPS.
A ordem de trabalhos pressupunha uma viagem até Melgaço. E nesse dia o explorador, sem dúvida apanhado à traição de manhã cedo antes de ter tempo de acordar, deixou-se convencer a usar o belo do aparelho. Foi uma fantástica e peregrina ideia!

Está bem, o bicho é uma tecnologia topo de gama...
Está bem, o explorador nunca tinha conduzido a ouvir um coiso daqueles, e é sempre giro experimentar coisas novas...
Mas o explorador devia ter desconfiado da primeira vez que ouviu a voz incrivelmente irritante da brasileira. Oh, como era inocente, o nosso pobre explorador!

Então vai o explorador a tentar encontrar Melgaço. E onde raio fica Melgaço, afinal? Pois, ninguém sabe. Nem sequer o GPS, pois a parva da brasileira mandou o explorador e o seu séquito para um sítio desértico no meio do Gerês.
Tudo o que havia nesse local era uma ribeira e uma barragem velha. Melgaço, nem vê-lo. Ainda hoje o explorador literalmente não sabe para onde a camela da brasileira o mandou, mas uma coisa é certa: era a uns bons 150 km do destino correcto. E a vaca da brasileira a dizer, toda molhada, "Chégô ao seu distchino, Chégô ao seu distchino".

E como é que o explorador sabe que era a 150 Km? Porque teve de fazer um telefonema para que lhe dessem coordenadas de latitude e longitude, e só aí a mula da brasileira resolveu acordar e avisar que estávamos a horas de distância.

Pelo menos a cretina da brasileira encontrou um caminho.
Claro que foi um caminho que passou 4 (quatro!) vezes a fronteira com Espanha, mas o explorador até vai esquecer essa parte...

Ah, e porque a besta da brasileira tinha ligado a opção obrigatória de mandar-virar-para-qualquer-amostra-de-atalho-que-aparecer-à-frente, teve o explorador de meter várias vezes o mercedes da mamã em caminhos onde nem as cabras passavam.

Enfim, depois de muitos montes e vales, de muito nome chamado à cavalgadura da brasileira, de um depósito de gasóleo atestado quase no fim, e depois da ajuda preciosa dos materiais que já deram provas de funcionar, com por exemplo coisas do tipo MAPAS, lá se chegou a Melgaço.

Se o Fernão de Magalhães tivesse usado um GPS, ainda agora andava no Pacífico.
E a levar com a chata da brasileira: "A sua nau chégô ao seu distchino, a sua nau chégô ao seu distchino".


(O explorador não tem nada, mas rigorosamente nada, contra brasileiros. Mas deixa uma promessa: se um dia encontra a actriz que gravou aquela voz, manda-a à biqueirada para o raio que a parta. Ou então para Melgaço, o que for mais longe.)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Agora chega

- ESTE BLOGUE ESTÁ EM MANUTENÇÃO -


O coitado que escreve isto espera voltar em breve, com ainda mais Aloé Vera...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Vai já daqui IX

Porque a queda de um blogue na decadência não tem fim, e porque o músico não tem juízo, vai continuar a discorrer sobre o nobre assunto que ficou de permeio.
Pimba, que tal esta como introdução pomposa?

Sim, o tema é música outra vez, e há uma famosa teoria que fala sobre o assunto.
Teoria essa que gera controvérsia, quanto à sua origem.
Uns afirmam que as bases dessa teoria surgiram num famoso laboratório dos EUA, onde trabalham uma data de cromos todos com ar de cromos e vestidos que nem cromos, que se masturbam em frente ao computador a ver mamas de mulheres-elfo.
Outros preferem seguir uma corrente de pensamento que afirma que a teoria teve origem nesta alimária deste blogue.
O debate, esse, continua aceso.

Mas passando à frente da sua origem, a teoria chama-se
"Não tenham a mania de saber exactamente o presta e o que não presta"
Também conhecida por
"Teoria do Pimba"

Isto porque a música pimba é ideal para explicar este ponto de vista.
A música ligeira portuguesa é a coisa mais mal afamada que existe. Quais violações de direitos humanos, qual poluição e aquecimento global, nada é tão mau nem chateia tanto como a música popularucha.

E porque é que isto aborrece o músico?
Porque na maior parte das vezes, a mesma pessoa que deitou abaixo, começa a glorificá-la dois segundos depois.
Ah, odeio música pimba!... E agora com licença, que vou ali ouvir um pouco de música pimba.

Porque há uma coisa que muita gente não entende, e este bloque indisfarçavelmente estúpido vai explicar, retomando a sua faceta de serviço público:
Música pimba é a alcunha para música popular portuguesa. E noutro sítio também existe uma outra coisa, chamada música popular anglo-saxónica, que também tem uma alcunha: chama-se 'pop'.
A música ‘pop’, por definição, é simples e popularucha, ou então não seria ‘pop’. E a origem e o objectivo são os mesmos, seja aqui, nos EUA ou na China. Ou, dito de outra forma, a música ‘pop’ americana é a música pimba lá do sítio.

- Ah, mas em Portugal existem as duas, música pop e música pimba!
Sim, mas está-se a falar, na prática, de música popular à moda ianque, e música popular à moda portuguesa. Em essência não são assim tão diferentes.
- Ah, mas a música pimba são só dois acordes!
Sim, mas a música pimba ianque também. Ambas usam sempre a mesma receita, faz parte do conceito. E ambos vêm da sua tradição folclórica. No caso português é o antiquíssimo sol-e-dó. No caso ianque a tradição é muito menor, não anterior ao ‘blues’, uma razão simples para ser considerada mais moderna e ser mais bem recebida pelas gerações actuais.
- Ah, mas a música pimba tem umas letras infantis e brejeiras!
Sim, mas novamente, isso também a pop. A malta é que não vê, ou não quer ver.
- Ah, mas não se pode seriamente comparar o TóQuim Malhadas à Britney Spears!!
Sim, mas pode.

Na Britney está lá a brejeirice toda, ou não? As letras infantis, ou não? Os arranjos já são mais evoluídos, mas isso é porque tem um batalhão de compositores a prepararem as coisas. Também o Tony Carreira os tem, e os arranjos das suas canções atingem logo outro nível.
Mas talvez fique melhor comparar o TóQuim Malhadas, por exemplo, aos saudosos romenos O-Zone. Sim, os do “ma-ia-hiii, ma-ia-huuuu...”. Outros que ficaram rotulados como ‘pimba’. Porquê? Porque cantavam em romeno. Apesar de ser uma canção exactamente igual às outras. Se fosse em inglês, já era um êxito da música de dança, um hino à pop!

No fundo resume-se um bocado a isso. À língua. O pessoal acha que em inglês soa tudo melhor, e está no seu direito.
O que parece errado é levar isso ao ponto de considerar a pimba portuguesa um lixo e ao mesmo tempo a pimba ianque um luxo.

Não será muito mais correcto achar as duas uma treta?
(pessoalmente, o músico tem muita facilidade em concordar com esta)
Ou então achar as duas extraordinárias e essenciais, no seu apelo às massas, no seu escape directo e consumo fácil?
(no fundo, o músico também concorda com esta)
Mas seja o que for, achar as duas ao mesmo tempo, que é uma coisa que não custa nada, não faz mal à saúde e se calhar até faz imenso sentido.

Pensem lá bem nisto.
Que o músico vai ali e já volta, exibir a sua mania de que é esperto.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

É a mil IX

Aparentemente, estas críticas pseudo-cinéfilas não funcionam com ninguém excepto com o seu autor. Por isso vão levar com elas até passarem a gostar!...


ENTRE INIMIGOS – THE DEPARTED
Este é um filme consagrado, feito com base numa trilogia de Hong Kong que por sua vez já tinha conhecido um merecido sucesso.

A versão norte-americana foi realizada pelo ‘mestre’ Scorsese, e pelos vistos toda a gente quis participar. Estão aqui basicamente todas as estrelas que existem em Hollywood.
E o Mark Wahlberg.

Leonardo DiCaprio é um polícia bom que todos julgam que é mau, Matt Damon é um polícia mau que todos julgam que é bom. E ainda temos o Jack Nicholson a tentar passar por irlandês, mas podemos ignorar essa parte.
Junte-se a isto uma história intensa para uma alegoria sobre a natureza do bem e do mal, e diálogos a condizer, e temos os ingredientes que justificam os vários prémios que recebeu.

Ou, para explicar de forma mais resumida, é uma telenovela.

Senão, vejamos:
Por causa da mania do Jack de disparar tiros a torto e a direito, tem de vir o Matt desenrascar as coisas. Entretanto, o Leo tenta descobrir quem é o Matt, ao mesmo tempo que ajuda o Jack a disparar tiros, porque o Matt não sabe quem é o Leo, e o Martin Sheen não lhe diz nada. Então o Matt e o Leo sem darem por isso dormem com a Vera Farmiga, e depois o Matt liga para o Jack, que está com o Leo, a dizer que o Alec Baldwin é parvo.
E ainda tem o Mark Wahlberg.

No fim, como boa novela, morrem todos.
Menos o Mark Wahlberg.

Há quem diga que não se deve contar o fim dos filmes, mas nós estamos à vontade. Como isto é uma telenovela, pode-se considerar esta crítica como um artigo da revista “Maria”.



GHOST RIDER
O Nicolas Cage a combater o mal usando uma peruca, um olhar ganzado e uns artigos de uma loja sado-maso.

E quando vamos a refilar, ele transforma-se num esqueleto metaleiro, e nós percebemos que mais valia o olhar ganzado.

O tema é original, sendo o móbil da acção um contrato de almas condenadas.
Mas depois há uma mota que cospe fogo, uma caveira que assobia e um cavalo que faz torradas com o focinho.
Há um coveiro com amnésia e uma actriz pior a representar do que o vilão a ser ruim.

E se ele é ruim… Primeiro, rodeia-se de três capangas foleiros e que não devem muito à inteligência. Três ‘espíritos do mal’ incapazes de partir um prato não dão grande luta ao Nicolas e ao seu casaco com picos.
Depois, quando tem o galã à sua mercê, o vilão não acaba logo com ele, resolve entediá-lo com um conversa interminável, na qual se certifica de que esclarece cada detalhe do seu plano. A conversa dura o tempo suficiente para que ele seja derrubado por um golpe totalmente previsível para todos excepto para ele.
Portanto, tudo retirado ao pormenor do ‘Clássico Manual para Vilões de Hollywood’.
A única diferença deste vilão é que parece um mau disfarce de gótico para o Dia das Bruxas.

Quanto ao tal plano maléfico, ele consistia, obviamente, em retirar o domínio do Inferno ao Peter Fonda.
Sim, entra o Peter Fonda. É sabido que se o filme for sobre motas, o Peter Fonda tem de aparecer. Neste caso deram-lhe o papel que sobrava, o do Diabo com artrite reumática.
Mas não é só uma bengala que o Mafarrico ganha. Como acaba tudo bem, ele fica com o Inferno de volta.
É para isso que o Ghost Rider cá está, para fazer justiça, matar o demónio mau e restituir o poder roubado a Satanás.

Um bom herói não gosta de pessoas que tentam tirar o que é dos outros.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Inventam-nas todas IX

*** CUIDADO - AVISO ***

A pergunta que todos fazem é, porque é que se correm riscos ao fazer um jantar no Bairro Alto?

Bem, porque no caminho para se chegar lá é preciso subir toda a calçada do elevador da Bica, a tentar limpar um presente canino da sola, e a fugir de um canzarrão que nos quer ferrar os dentes.

Porque nos dizem para virar esq-dir-esq-dir-dir e entrar no segundo restaurante, que se chama "Adega qualquer coisa", mas quando o fazemos e entramos à campeão no restaurante corremos aquilo tudo até ao fim, incluindo a segunda sala que afinal é a casa-de-banho, e amigos nada.

Porque depois de muita busca e muito telefonema percebemos que algures nas indicações se enganaram e nos deram uma 'direita' que afinal era 'esquerda', sendo que logo por azar em ambas as ruas o segundo restaurante se chamava Adega qualquer coisa.

Porque antes de pedirmos o jantar anda uma barata enorme pelo tecto, a tratar da sua vida, percorre calmamente o restaurante todo, e passa mesmo por cima do quadro que diz "há livro de reclamações" antes de o empregado a matar.

Porque mesmo assim acabamos por jantar nesse tasco.

Porque ao fim de algum tempo estão as raparigas todas juntas a falar de homens, e os homens todos juntos a tentar seguir a conversa das raparigas.

Porque como deixaram os homens sozinhos e sem supervisão, depois faz parte da lei ouvirmos todas, mas todas, as anedotas que existem e mais algumas inventadas sobre menstruação.

Porque depois somos obrigados a beber sangria, mesmo se não tocamos em álcool, que os supersticiosos ainda caem nessa mania ridícula que se vê mesmo que foi inventada por bêbedos de que não se brinda com água.

Porque como esse brinde foi o único álcool que bebemos, depois cometemos o disparate de ir na rua e mandar um berro a dizer "Ao contrário de vocês eu estou sóbrio!", um segundo antes de mandarmos uma chapa enorme contra uma vitrina.

Porque para terminar a noite pode chegar um tipo ao pé do grupo a perguntar se temos cigarros, e quando alguém diz que sim e pega no maço ele vai-se embora e vai perguntar a outros.

Esta besta de blogue espera que estas respostas elucidem.
Jantar no Bairro é uma proeza apenas para os mais treinados.

*** CUIDADO - AVISO ***

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Amanda-le IX

Foi um aniversário com particularidades deliciosas:

1. Os parabéns foram cantados três vezes.
(E de cada uma das vezes, naquela parte do "para o menino..." disseram um nome diferente)

2. A locutora de rádio alinhou no seu programa uma canção em homenagem ao menino.
(É verdade, podem e devem consultar a Nemesis , oficialmente a rádio de internet mais ouvida do país)

3. A super-irmã cometeu a proeza de ir a um centro de explicações para ser contratada, enganar-se e entrar no sítio errado, e ser contratada nesse novo sítio.
(A propósito, isto é assunto sério, quem quiser, conhecer, ou ouvir falar de alguém que precise de explicações de matemática até ao 12º ano, faça favor de deixar uma mensagem neste blogue!)

4. Foram tantas sacadas de prendas que o menino mal podia carregar com tudo, até parecia Natal há 20 anos.
(Se bem que noventa por cento dessas prendas vinham em sacos de plástico e nem sequer estavam embrulhadas. Também não se pode ter tudo...)

5. O bólide passou a mágica marca dos 100.000 quilómetros.
(Sendo que o menino até abrandou o carro para filmar o grande momento, a porcaria do telemóvel deu o berro, e resultaram dois filmes, um que acaba nos 99.999 e 900 metros e outros que começa nos 100.000 e 100 metros)

sábado, 30 de janeiro de 2010

Choram as Pedras VIII

Esta semana, dois assuntos:
Atentem nas palavras deste blogue, que ele não dura sempre.


(Sim, a frase anterior resume qualquer assunto na perfeição, portanto devia ser mais do que suficiente.
Mas parece que há quem precise de ver as ideias mais elaboradas, por isso começamos pelo primeiro assunto. Quando esse terminar seguir-se-á o segundo.)


- Dizem que os caloiros devem ser caloiros.

Quando o caloiro foi caloiro, não percebeu qual era a piada das praxes.
Deixou-se 'apanhar' no primeiro dia numa faculdade, e pouco tempo depois no primeiro dia na outra faculdade. Sendo que se um deles foi um dia bem giro, até inesquecível, o outro foi uma tristeza feita por gente sem o mínimo espírito da coisa.
A partir daí o caloiro aprendeu a 'safar-se', recorrendo a um portefólio de manobras bem esgalhadas, e nunca mais se chateou.

Mas isto é um espinho que tem atravessado. Custa a admitir, o caloiro odeia espinhos atravessados.
Não as praxes propriamente ditas, mas mais o ter deixado. Porque o que o caloiro devia ter feito não era aprender a safar-se, por muito esperto que tenha sido. Devia era ter dito logo para os veteranos se irem encher de merda, e chatear outro caloiro qualquer.
Ainda por cima sendo ele contra as praxes. Isso era o que ele diria hoje, porque não o disse na altura, aos 18 anos?
Enfim, somos miúdos, e estamos sempre a aprender, e dizem-nos que as praxes fazem parte, e essas tretas todas...

De qualquer modo, o caloiro não gosta nada dessas práticas que são erradas, idiotas, injustas, ou tudo isso em simultâneo, mas que se fazem a quem é principiante, porque sempre se fez, porque quando fui eu também passei por isso, porque até tens sorte, dantes era pior

Há coisas que simplesmente não se fazem, há atitudes sem sentido que as pessoas tomam, e por vezes é tudo um bocado ignóbil, mas... fazer o quê? Não se pode mudar o mundo, francamente! E além disso alguém tem de pagar pelo que elas passaram!

Para quem não percebeu, ele não está a falar só de praxes. Isto tem muito mais implicações do que apenas a faculdade, e mais graves. Quem quiser que as encontre nestas palavras.

Ah, a propósito, o caloiro é um super-herói.

O caloiro foi praxado, mas quando se tornou veterano não praxou ninguém.
Porque se ele acha que está errado, não o faz. Mesmo se sempre foi assim. Mesmo se lhe fizeram a ele.
Isto será assim tão díficil?
Será mesmo preciso ter super poderes?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

É a mil VIII

Tinha aqui estes textos, que foram uma encomenda.
Como é que um crítico devia REALMENTE comentar um filme?
Pode ser que pegue...


TRANSFORMERS
E se duas classes inimigas de robôs gigantes alienígenas resolvessem usar a Terra como campo de batalha?

Está-se mesmo a ver:
Um robô que se transforma em tanque usa uma auto-estrada para fazer o ‘Dança comigo no gelo’.
Um robô mau como as cobras mete-se no meio de um pelotão de caças sem que ninguém dê por ele, graças a um holograma de um senhor de bigode.
Um telemóvel é tão topo de gama que ao levar com umas microondas não só não fica bem tostadinho, como ainda põe cara de mau e saca da sua metralhadora.
Um robô bonzinho finge que tem pêlos no peito ao chegar transformado num camião machão, mas no fim leva tanta pancada e mostra ser tão sensível que se percebe porque são robôs ‘transformistas’.

Mas não são só pontos positivos. Há, infelizmente, alguns aspectos não tão conseguidos no filme:
A salvação do mundo reside num cubo mágico cheio de electricidade estática, o que se torna pouco plausível numa história até aqui totalmente realista.
O ‘escolhido’ pelos militares para levar o cubo é um rapaz com ar de quem não sabe comer de boca fechada, só porque eles assim podem mirar as curvas da namorada dele.
Os electrodomésticos ganham vida, e numa cidade a ser completamente devastada o espectador dá por si a torcer para que se salve a tostadeira e o espremedor de citrinos.

No fim de tudo os maus são destruídos porque o chefe deles não sabe resolver o cubo mágico.
Tivesse chegado nos anos 80.



2012
Melhor do que ver trezentos prédios a cair, só mesmo ver trezentos prédios a cair e distinguir cada apartamento, e cada uma das pessoas que vão caindo das janelas, e a cor das meias de cada uma dessas pessoas.

É assim o detalhe deste filme. Nós temos absoluta certeza de que os criadores das imagens por computador tiveram o cuidado de inserir migalhas na boca das formigas que andam nas plantas da varanda do 4º Esquerdo.

Mas este é um filme de extremos. Ao mesmo tempo que procura os pormenores mais ínfimos, consegue superar as dimensões mais desmesuradas, num conjunto de efeitos especiais nunca antes vistos na história do cinema.
Até o argumento entrará para a posteridade, pois é o mais curto alguma vez escrito. Nós tivemos acesso a ele e descobrimos que dizia apenas: “Vai tudo abaixo”.

Quando num filme há uma colossalmente astronómica e gigantesca onda que engole toda a cordilheira dos Himalaias, e depois ouvimos o público dizer que essa parte não foi nada, percebemos que a certa altura alguém se esqueceu de ir avisar o realizador de que já chegava…
O poder destrutivo deste filme é tal que destrói cidades, montanhas, ilhas, continentes, um planeta, os ouvidos dos espectadores, e todos os outros filmes de destruição que já existiram ou virão a existir.

E sem dar descanso. A chata da destruição não pára para recuperar o fôlego. O espectador distrai-se dois segundos para procurar uma pipoca que caiu, e já foram arrasadas mais dez cidades e duas cordilheiras.
Este é o filme da obliteração maciça, da aniquilação integral, da completa demolição. Nada fica de pé, e só quem tem cem mil biliões de triliões de dólares - ou em alternativa um avião e uma cara de espanto como a do John Cusack - é que pode escapar à devastação total, à destruição absoluta, à… enfim, já perceberam a ideia.

Um filme feito para ser visto numa sala de cinema. No pequeno ecrã perderá muito do seu brilho. Além de que há o sério risco de os televisores não o conseguirem aguentar sem se desfazerem em pedaços.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vai já daqui VIII (2ª parte)

Ah pois, isto não ficou acabado!

E sobre este assunto, o melómano tem ainda a afirmar ao mundo que não sabe para que raio existem cursos de música, com dezenas de graus e especificações. Meu, que inutilidade de desperdício supérfluo e desnecessário!
Todos os especialistas concordam que, na bela espécie humana, a evolução genética codificou os cromossomas para desde a nascença dominarem a melodia, a harmonia, a composição sonora, e segundo o melómano ouviu dizer, até uma coisa qualquer chamada solfejo.
Portanto, até o mais incauto dos humanos é uma divindade no que toca a assuntos musicais.

Ou então não!...
Ou então não é nada disso, e existe o facto de que para poder falar como um especialista de qualquer assunto, convém ter alguma aplicação e cultivo do tema, ou até mesmo - incrível! - algum estudo.
Só que no que toca à ‘bela arte’, a malta julga que é um pouco mais fácil. Para ser um especialista basta ter língua, e saber utilizá-la de modo a formar palavras.

E esse é o erro número um.

Não é que as pessoas não possam emitir a opinião, o melómano já deixou escrito que ninguém no seu perfeito juízo diria uma barbaridade dessas.
...É mais um caso de dar comedimento a essas opiniões.

Malta, de forma resumida:
Não tenham a mania de que sabem tudo o que é “bom” e “mau”.

Se o pessoal entender esta ideia simples, vão-se evitar aqueles momentos tristes, e que já foram aflorados noutros locais deste blogue indisfarçavelmente estúpido, aqueles momentos a que o melómano gosta de chamar “Não oiças Beethoven, ouve antes Avril Lavigne”.

Há alturas onde toda a gente esquece aquela humildade que existe para reconhecer que por vezes que não se percebe muito de um assunto.
O melómano também enfia a carapuça, também lhe acontece ter a mania de se armar em campeão...

Mas claro que esta não é uma dessas alturas!
E nesse espírito, o melómano gostava de falar sobre algo que quem o conhece estava mesmo à espera de ver quando é que aparecia. Trata-se, como é óbvio, do conhecido síndrome Delfins/José Cid.
O melómano não entende muitas coisas, e uma delas é porque raio apareceu a moda de que essas duas bandas são a pior coisa que existe. Ou melhor, até entende, tem de haver alguém para embirrar e calhou nesses.

É certo que Delfins agora andam chatos com um acaba-não-acaba, e na verdade o José Cid, entre o tempo que levou a pensar neste assunto e escrever sobre ele já voltou a estar na moda - modas é mesmo uma coisa totil...
A sério, não se encontrou nada "melhor" para criticar? É que, logo Delfins e José Cid?!? Que entre eles já criaram mais êxitos que todas as outras bandas juntas? Parece piada de mau gosto.

São as vozes irritante, dizem alguns. São as letras, diz a maioria. Entretanto, nomes como Jorge Palma e Paulo Gonzo, por exemplo, são idolatrados por esses mesmos atributos.
Então e se só para entrar no jogo, o melómano pegar nesses nomes para provar justamente o oposto?

A acusação apresenta ao meretíssimo as provas A e B.
Jorge Palma e a sua lírica:
«Está a saber-me mal
Este Whisky de malte
Adorava estar "in"
Mas estou-me a sentir "out"»

Paulo Gonzo e a sua poesia emprestada:
«São duas da tarde e ainda estava a dormir
Foi bom teres falado estou mesmo a sair
Essa voz maviosa, logo pela manhã
Bate-me com mais speed que um Gorosan»


Pronto, a verdade é que tudo o que está para atrás foi encher chouriços para poder ter uma desculpa para pôr estas duas quadras aqui! OMG, ROTFL, O melómano adora-as de morte!!

Mas foi divertido, confessem lá.
E uma coisa é certa, foi bem melhor estar a ler isto do que a ouvir {inserir nome de banda aqui}.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Vai já daqui VIII

Música é um assunto delicado. Por isso é que o melómano gosta de falar nele.

Possivelmente o assunto mais delicado a seguir ao futebol (esse célebre tópico que faz com que pessoas bem educadas comecem a bater na própria avó).
E porque é que as matérias musicais são tão delicadas, afinal?
Entre outras coisas, porque, vá-se lá perceber porquê, a malta gosta de pensar que ouve a melhor música do mundo.
Nesta nossa amena sociedade pelos vistos não basta limitar-se a ouvir o que se gosta, é preciso limitar-se a ouvir o que se gosta - que por acaso é a melhor peça de música alguma vez composta por mãos humanas!!

E esse é o erro número um.

Quantas discussões já o melómano não ouviu, sobre "a minha banda favorita é melhor do que a tua"? A última foi mais ou menos assim:
-U2 é que é bom!
-Tás parvo? É Oasis! Oasis é lindo!
-Uuu Dooooois!!!!
-Oáááááázis!!!!

E o melómano a lembrar-se de belos tempos no recreio da escola primária - em que ignorava as raparigas que queriam sempre chatear com qualquer coisa sobre ir a casa delas fazer os trabalhos de casa, como se os trabalhos não ficassem logo feitos no fim das aulas, são mesmo idiotas - tempos de recreio em que debatia fervorosamente sobre quem ganharia uma luta entre o Van Damme e o Chuck Norris:
-O Van Damme arrumava com o Chuck Norris em 5 minutos!
-Tás parvo? O Chuck Norris é o maior!
-Bah! Em dois minutos o Van Damme dava-lhe o super duplo pontapé rotativo!
-Isso não é nada, o Chuck N... que foi, não vez que estou a conversar?... Outra vez com não-sei-quê sobre beijos, estas raparigas são umas chatas!

Sim, caso não tenham percebido, o melómano aproveitou o reconhecimento de que os rapazes demoram eternidades a crescerem para a vida, para poder chamar uns infantis aos que têm discussões sobre bandas.
U2? Oasis? Alicia-Quis-Mas-Eu-Não-Dei? Que é que interessa?!?
Ouçam cada um a sua cena! Isto... não é... uma competição!!
Será mesmo necessário que a 'banda favorita' tenha de ser a melhor banda do mundo? Não pode a 'banda favorita' ser uma real e completa e maravilhosa treta?

Porque não há-de de U2 ser uma palhaçada sem jeito nenhum, ou Oasis um lixo putrefacto?
E isso até é fácil de provar, basta para isso pegar em excertos de letras, como o seguinte exemplo, em estrangeiro, de U2 e da sua máxima poesia:
«some days are slippy, others are sloppy
some days you can't stand the sight of a puppy»

Ou, no caso dos Oasis, por exemplo:
...bem, para esses qualquer verso serve.

A questão é, bandas são apenas bandas. Fazem o som deles e esperam que as pessoas gostem. Não são manifestações do mais puro paradigma de beleza estética e artística, que só os ouvidos mais puros podem ter o privilégio de aflorar...!
Malta, de forma resumida:
Ouçam simplesmente o que vos apetece, não importa se é "mau" ou "bom".


Dito isto, o melómano gostava de pedir a vossa atenção para um outro ponto. E não se deixem enganar, ele não está em contradição com o anterior.
Lá porque se deve ouvir o que apetece, e isso pode incluir as maiores parvoíces do espectro sonoro sem que se vá arder no inferno dos pecadores por causa disso, não significa que não se tenha cultivo pela qualidade.
A liberdade deve ser total, sem pseudo-culpas, mas isso não implica que não haja busca e experimentação.

Por outras palavras:
Os gostos não se discutem.
Mas educam-se.

Duas máximas que, na modesta opinião do melómano, não fazem mal nenhum ao corpo se tomadas todos os dias pela manhã.

Claro que há pessoas que não defendem a primeira parte deste texto, outras que não defendem a segunda, e algumas almas penadas e sem redenção que são contra tudo o que está aqui.
O melómano tem de respeitar, são opiniões. De gente parva!!!


Este assunto é bom. Será continuado aqui, ele merece...