segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Choram as Pedras X

Se o tema do momento é Bandas Filarmónicas, então este blogue que não vale um chavo também tem direito.

O trompetista dantes era trompetista, num período áureo de 10 anos, entre os seus 8 e os seus 18.
Nesse tempo, o pobre trompetista, embora de muito tenra idade, vagueou pelos sombrios meandros subterrâneos de uma banda. São catacumbas obscuras, onde pelo meio de sons inorgânicos calcorreiam almas misteriosas, que a sociedade nunca chegará a compreender totalmente.
Ou então é tudo um bando de doidos e quando se juntam dá sempre raia!!


Exemplos:
- Numa certa terrinha minhota onde ninguém usa carros, e toda a gente "circula" naquelas fabulosas "motas" chamadas Famel-Zundapp que só servem para fazer barulho, passou um tipo numa Famel "quitada" com riscas de fogo, e o gajo fazia barulho naquilo como se não houvesse amanhã. Um elemento da banda disse «Lá ao fundo espetas-te».
IIIIIhhhhh...CRÁS!!!
Vai tudo a correr para lá, o "Valentino Rossi" tinha-se espetado contra um Fiat Uno (afinal havia lá carros), e estava estendido na estrada. Se calhar não ficou muito bem o pessoal da banda começar todo a apontar e a rir.

- Uma vez, era dia de festa numa terra qualquer, e começaram uma saraivada de foguetes. Onde é que as canas vão cair? Onde estava a banda, à espera da sua vez junto ao autocarro. Como o dito estava fechado e não havia nada à volta, era tudo a fugir com as mãos na cabeça. Alguns atiraram-se para debaixo do dito. Coitado é do Sr. Alberto, já era velhote e muito surdo, não se mexeu e levou com uma cana em cheio na careca.

- Ao pé de Lisboa, num lugar com um nome qualquer onde a banda foi dar um concerto, estava um tipo a fazer voltas de marcha-atrás a toda a velocidade dentro do parque de estacionamento. Um elemento da banda disse «Pode ser que te espetes».
Quando o concerto terminou e a banda saiu, o tipo estava com um ar tristíssimo, pois tinha-se espetado contra uns carros dentro do parque, e a polícia não gostou.

- Também houve aquela vez em Trás-os-Montes em que o hotel estava todo por conta da banda e num dos quartos ficaram 4 rapazes, entre eles o trompetista. Quando a televisão começou a dar um filme erótico, um deles (apropriadamente, era um solista) começa a ameaçar que vai ter de ir brincar sozinho. Os outros 3 riem. Depois as ameaças vão aumentando de tom e o solista passa das palavras aos actos. Os outros 3, sem acreditarem bem no que estavam a ver, resolvem sair do quarto a mandar vir com ele. Mas claro que aproveitaram para contar a história a cada elemento da banda que encontraram. Estes não acreditavam, iam ao quarto verificar, e lá estava o solista entretido, sem se importar minimamente com o público. Ou melhor, importava-se, pois virava-se para refilar, antes de voltar ao seu trabalho.
O problema veio algum tempo depois, quando, no meio de uma conversa a gozar com o solista, alguém perguntou ao trompetista se o filme erótico também lhe tinha dado para certas brincadeiras. O trompetista (como são imbecis, por vezes, os adolescentes) respondeu que, bem, quando depois esteve sozinho lá no quarto de porta fechada e começou a dar outro filme, também é capaz de ter feito umas festas no golfinho...
Pronto! Tudo estragado!
A partir daí, criou-se a fama dos 4 rapazes que faziam sessões de masturbação colectiva, e o trompetista suspeita seriamente que é capaz de ter durado até aos dias de hoje.

- E daquela vez em que estava um nevoeiro enorme, mas um nevoeiro incrível, nunca visto, e um animal do volante resolveu começar a fazer sinais de luzes a querer ultrapassar. Depois de chatear e buzinar durante largos minutos, resolveu passar a toda a velocidade e acelerou pelo nevoeiro. Alguém gritou «Cabrão! Vais-te espetar!»
Adivinhem a conclusão desta história...

- Também havia as partidas pregadas aos outros, que podiam ocorrer antes, depois, ou durante as bebedeiras, com destaque para as mistelas postas na cara do pessoal enquanto dormiam. E havia um maestro que perdia batutas como quem bebe copos de água, porque nos momentos de exaltação dos concertos aquilo lhe saltava da mão e voava pela sala toda.

- E havia uns autocarros manhosos, que se arranjavam sempre em sítios diferentes e nunca se sabia bem o que podiam dar. Uma vez, um deles não tinha a primeira nem a segunda. Como não conseguiu subir uma rampa em terceira, nem depois de todos os elementos da banda saírem, nem depois de todos irem lá para trás empurrar, ficou lá empacado. A malta teve toda de arranjar boleia onde calhou, para conseguir chegar a casa.
E também foi giro, aquele autocarro-versão-monovolume que ao sair de um hotel passou num buraco das obras e começou a balançar, a tal ponto que se levantou em 2 rodas e tinha caído de lado se a banda não tivesse instintivamente compensado o balanço.

- Mas aquela que é talvez a melhor, a única, a inaudita, é uma onde o trompetista não participou. Uma certa noite, alguns elementos da banda ajudaram um tipo a empurrar o carro que se tinha avariado.
Afinal o tipo tinha feito uma ligação directa! Levou o carro gamado e a malta ainda ajudou!