quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

É a mil IX

Aparentemente, estas críticas pseudo-cinéfilas não funcionam com ninguém excepto com o seu autor. Por isso vão levar com elas até passarem a gostar!...


ENTRE INIMIGOS – THE DEPARTED
Este é um filme consagrado, feito com base numa trilogia de Hong Kong que por sua vez já tinha conhecido um merecido sucesso.

A versão norte-americana foi realizada pelo ‘mestre’ Scorsese, e pelos vistos toda a gente quis participar. Estão aqui basicamente todas as estrelas que existem em Hollywood.
E o Mark Wahlberg.

Leonardo DiCaprio é um polícia bom que todos julgam que é mau, Matt Damon é um polícia mau que todos julgam que é bom. E ainda temos o Jack Nicholson a tentar passar por irlandês, mas podemos ignorar essa parte.
Junte-se a isto uma história intensa para uma alegoria sobre a natureza do bem e do mal, e diálogos a condizer, e temos os ingredientes que justificam os vários prémios que recebeu.

Ou, para explicar de forma mais resumida, é uma telenovela.

Senão, vejamos:
Por causa da mania do Jack de disparar tiros a torto e a direito, tem de vir o Matt desenrascar as coisas. Entretanto, o Leo tenta descobrir quem é o Matt, ao mesmo tempo que ajuda o Jack a disparar tiros, porque o Matt não sabe quem é o Leo, e o Martin Sheen não lhe diz nada. Então o Matt e o Leo sem darem por isso dormem com a Vera Farmiga, e depois o Matt liga para o Jack, que está com o Leo, a dizer que o Alec Baldwin é parvo.
E ainda tem o Mark Wahlberg.

No fim, como boa novela, morrem todos.
Menos o Mark Wahlberg.

Há quem diga que não se deve contar o fim dos filmes, mas nós estamos à vontade. Como isto é uma telenovela, pode-se considerar esta crítica como um artigo da revista “Maria”.



GHOST RIDER
O Nicolas Cage a combater o mal usando uma peruca, um olhar ganzado e uns artigos de uma loja sado-maso.

E quando vamos a refilar, ele transforma-se num esqueleto metaleiro, e nós percebemos que mais valia o olhar ganzado.

O tema é original, sendo o móbil da acção um contrato de almas condenadas.
Mas depois há uma mota que cospe fogo, uma caveira que assobia e um cavalo que faz torradas com o focinho.
Há um coveiro com amnésia e uma actriz pior a representar do que o vilão a ser ruim.

E se ele é ruim… Primeiro, rodeia-se de três capangas foleiros e que não devem muito à inteligência. Três ‘espíritos do mal’ incapazes de partir um prato não dão grande luta ao Nicolas e ao seu casaco com picos.
Depois, quando tem o galã à sua mercê, o vilão não acaba logo com ele, resolve entediá-lo com um conversa interminável, na qual se certifica de que esclarece cada detalhe do seu plano. A conversa dura o tempo suficiente para que ele seja derrubado por um golpe totalmente previsível para todos excepto para ele.
Portanto, tudo retirado ao pormenor do ‘Clássico Manual para Vilões de Hollywood’.
A única diferença deste vilão é que parece um mau disfarce de gótico para o Dia das Bruxas.

Quanto ao tal plano maléfico, ele consistia, obviamente, em retirar o domínio do Inferno ao Peter Fonda.
Sim, entra o Peter Fonda. É sabido que se o filme for sobre motas, o Peter Fonda tem de aparecer. Neste caso deram-lhe o papel que sobrava, o do Diabo com artrite reumática.
Mas não é só uma bengala que o Mafarrico ganha. Como acaba tudo bem, ele fica com o Inferno de volta.
É para isso que o Ghost Rider cá está, para fazer justiça, matar o demónio mau e restituir o poder roubado a Satanás.

Um bom herói não gosta de pessoas que tentam tirar o que é dos outros.

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