segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Inventam-nas todas VII

Esta história é baseada em pessoas reais e inspirada em factos verdadeiros, mas não tentem isto em casa.

Houve um tempo em que o criativo trabalhava num clube de vídeo.
Chegava da faculdade e voltava a sair para apanhar o autocarro até à minúscula loja onde ganhava o ordenado mínimo, mas era a melhor parte do seu dia.

Basicamente, pagavam-lhe para estar ali sentado horas a ver filmes.
E de vez em quando alugar uma cassete ou vender umas gomas a um cliente que lá aparecesse, mas era mais ver filmes.
O criativo, se fosse honesto, tinha-o feito de graça...

Pois uma bela noite, ao sair do clube de vídeo para voltar para casa, o criativo decidiu que não ia para o autocarro. Nessa noite, sabe-se lá porquê, decidiu que ia a pé.
É algo que não faz sentido nenhum porque isso significava andar vários quilómetros, perder horas da sua vida e chegar tardíssimo e cansado.
Ainda hoje ele não sabe explicar porque é que que dessa vez, e só dessa vez, lhe deu para isso.

Mas enfim, lá vai o criativo, todo contente às tantas da noite, à beira da estrada sem passeio, a caminho de casa.

Sucede ainda, para elucidar o leitor menos atento, que no caminho para Porto Salvo vindo do norte se tem de passar por um dos montes mais alto do concelho. No topo vê-se parte do que pertence a Cascais, um bocado de Sintra, zonas de Lisboa, da margem sul, e basicamente toda a Oeiras lá em baixo num vale.

Lá vai então o criativo, todo contente às tantas da noite, à beira da estrada sem passeio, a atravessar o alto desse monte.
E o que aconteceu?

Apagou-se tudo.
Tudo.
Apagou-se tudo.

Já alguém ouviu falar no famoso apagão que deixou literalmente metade de Portugal às escuras?
Pois o criativo estava num 'miradouro' no exacto segundo em que sucedeu.
Desculpem a dramatização, mas é uma das imagens mais incríveis que o criativo já viveu.
Foi Cascais, Sintra, Lisboa, margem sul, e toda a Oeiras a desaparecer diante dos seus olhos.
Absolutamente inesquecível.

A primeira reacção do criativo foi parar e pensar: "isto não foi bom".
E de facto não tinha sido. Ele depois correu ruas e ruas onde tudo estava apagado, até semáforos.
Mas isso não é preciso mencionar, toda a gente se lembra da fatídica noite de um dos maiores apagões da história, sendo que oficialmente a culpa foi toda da Ciconiforme.

Se as coisas que sucedem ao criativo viessem num filme, muita diria "que exagero, isto nunca acontece"!

O que é certo é que a data de 9 de Maio de 2000 é uma que ele sabe de cór.
Está bem, pronto, ninguém faz ideia do ano exacto, quanto mais o dia, mas para isso serve a internet.
O apagão até tem direito a página própria no 'wikipédia', e a referências um pouco por todo o mundo.

E para já o criativo rejeita a ideia da cegonha. A explicação popular, de que "um OVNI teria sugado energia de algum poste de alta tensão", é claramente muito mais apelativa e coerente. Enfim, é mais fixe.
Ser um OVNI tem um factor de fixeza de para aí uns 120. (A escala nem interessa, 120 é sempre alto)
Além de que o criativo, tendo várias explicações para um fenómeno, vai sempre por aquela que inclui o verbo 'sugar'.

Seja como for, uma explicação é devida aos portugueses. Ou é agora que vem a piada que se exige: Faça-se luz sobre este assunto!

Ahahah esta foi linda! o criativo devia pensar em ganhar a vida como criativo!

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